Foi professor de Frei Manuel Cardoso O.Carm, Manuel Mendes (1547–1605), nomeado Mestre de Claustra da Sé de Évora, cargo que desempenhou até 1589.
Entre os quatro nomes de compositores que mais se salientaram – Estêvão de Brito (c.1575-1641), Filipe de Magalhães (c.1571–1652), Duarte Lobo (1565–1646) e Frei Manuel Cardoso O.Carm (c.1566–1650), foi este último quem conseguiu misturar com maior sucesso o antigo e o novo, produzindo um estilo pessoal muito característico.
Frei Manuel Cardoso O.Carm passou a sua vida como frade carmelita no Convento do Carmo em Lisboa. Antes de fazer os votos em 1589, praticara como menino do coro na Catedral de Évora. Entre 1618 e 1625, esteve ao serviço do Duque de Barcelos, mais tarde, D. João IV, um utilíssimo patrono, ele mesmo músico distinto e compositor de mérito.
As obras de Frei Manuel Cardoso O.Carm que chegaram até nós estão imprimidas em cinco colecções, das quais duas foram pagas por D. João IV. Destas, a primeira e a última (1613 e 1648) incluem motetos e Magnificats, ao passo que as outras três (1615, 1636 e 1636) contêm Missas.
Não podemos saber se Cardoso experimentou outros tipos de música barroca, porque o resto das suas obras (como as de tantos outros músicos) foi destruída pelo terramoto de 1755.
A sua obra mais conhecida é a missa de Requiem, para seis vozes (SSAATB), que está incluída no livro de Missas de 1625. O “Libera me” a final é para quatro vozes (SATB).
Existem muitas edições internacionais em disco das suas obras, em especial, da missa de Requiem.
(Nicolau António Bibliotheca Nova, 2.º vol., pags. 44-45)