segunda-feira, 20 de junho de 2011

Convite para os primeiros votos de Frei Khae Lhucas Ferreira Pereira

O que fazem os freis carmelitas:


Não importa com o que estamos engajados, o ministério do Carmelo é ajudar as pessoas a encontrar a presença de Deus em suas vidas e no mundo.
Para isso os freis do comissariado do Paraná estão presentes em 3 estados, Paraná, Santa Catariana e Rondônia, trabalhando em 7 paróquias, 1 colégio, e 1 casa para dependentes químicos.
E de paróquias e sala de aula, de colégios a casas terapêuticas, seja qual for o serviço um frade carmelita sempre o faz por zelo ao Senhor.
Como carmelitas não nos concentramos em um ministério, como o ensino, ou uma só forma de serviço. Em vez disso cada frade pode discernir com a comunidade onde seus talentos podem ser melhor utilizados para as necessidades do mundo e da Igreja.
Assim temos frades que são párocos, mais também temos frades professores universitários, psicólogos, artistas, profissionais da comunicação e diretores de trabalhos com a juventude como o grupo de escoteiros e diretores de retiros. Trabalhando nas grandes cidades e em áreas rurais, servindo aqueles que tem muitos e aqueles que nada tem. E como Elias continuamos a pedir que façam uma escolha – para Deus, a vida, o crescimento e a plenitude – e assim damos nosso contributo que possa se estabelecer o Reino de Deus.
Sendo que a fé dos muitos que sobem o monte Carmelo conosco, nos inspira e nos dá esperança para a escalada.

Sendo nossas paróquias no Paraná:

Santuário do Carmo – Paranavaí


Paróquia Nossa Senhora das Graças – graciosa

Paróquia Nossa Senhora da Conceição – Curitiba

Paróquia profeta Elias

Paróquias em Santa Catarina:

Paróquia São Domingos de Gusmão – Navegantes

Paróquia Nossa Senhora da Boa-Viagem - Florianópolis


Paróquia em Rondônia:

Paróquia Nossa senhora Aparecida

Escola:

Colégio Paroquial – Paranavaí


Casa terapêutica

Mosteiro Monte Carmelo


Orar com os carmelitas, grupo que se reuni para rezar a partir da espiritualidade carmelitana - Curitiba
Pintura de frei Emerson faustino O. Carm, em Florianópolis.


Mosteiro Monte Carmelo.
Lançamento do CD, frei Marcio Wolf em Paranavaí.

Trabalho com a Juventude em Florianópolis.

trabalho com a juventude em Navegantes

sábado, 18 de junho de 2011

"Flos Carmeli" (Flor do Carmelo)


"Como carmelitas, manifestamos a nossa devoção à Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, celebrando com solenidade extraordinária, todos os anos, a Festa do Carmo. soleniza-se também todas as outras festas marianas do calendário litúrgico e, quando o permitam as leis da litúrgicas, são recomendáveis a missa votiva da Bem-Aventurada virem Maria do Carmo e o Oficio de Santa Maria ao Sábado. alem disso, recomenda-se que, todos os dias, nós carmelitas, em todos os conventos, cantemos em conjunto o "Flos Carmeli", a "Salve Regina", ou qualquer outra antifona mariana, segundo os tempos litúrgicos" (Contituições da Ordem do Carmo, 87)

Sendo o Flos Carmeli o Hino e Oração a Nossa Senhora do Carmo, e visto que os carmelitas devem rezá-lo, vamos ver como surgiu essa oração:

"A tradição da Ordem põe na lábios de São Simão Stock um linda oração á Virgem Maria. O texto mais antigo conhecido encontra-se no Officium rhythmicum, manuscrito guardado na biblioteca universitária de Cambridge e que foi escrito depois do ano de 1507." (Como Pedras Vivas... no Carmelo, p.87)

E nós explica frei Henrique Esteve (1905-1990)  sobre esta oração:

- É uma oração rítmica, que em primeiro lugar oferece duas breves estrofes e versos alternativamente consoantes (a, b, a, b, c, d, e, d, e, c), a ideia de perfeitissima e distinata que esta na base daquele profundo e dedicado amor ou devoção.
- Na primeira estrofe Maria é apresentada como é em si mesma, nestes quatro títulos distintos e conexos: “Flor do Carmelo, Videira Florida, Esplendor do céu, Virgem Mãe singular”. Deste, o ultimo, “Virgem Mãe” – que recorda o conceito central mariano, a virgindade fecunda, sobrenatural ou divina, em virtude da qual Maria constitui ela só Virgem Mãe de Deus, uma ordem à parte, de singularidade trancendental, singular, como vem dito especificamente, e a luz dessa doutrina devem ser explicados os demais títulos.
- Flor do Carmelo, Maria possui toda aquela beleza fragrante belza espiritual representada simbolicamente no Carmelo. Com efeito Isaias referindo-se a virgem filha de Israel, a esposa de José nos tempos messiânicos, tinha dito: “florescerá... lhe será dada a formosura do Carmelo” (Is 35,2).
- Videira Florida, faz menção da graça de fecundidade divina, e que segundo o pensamento dos santos Padres tem relação com Is 11,1 “Sairá um rebento do tronco de Jessé, e de suas raízes brotará um renovo”
- Esplendor do céu, faz refencia ao texto do apocalipse “Um grande sinal foi visto no céu: uma mulher revestida de sol, com a lua sob seus pés e sobre sua cabeça uma coroa com doze estrelas, a qual tinha um filho no seu seio” (Ap 12,1-2).
- Mãe afável, mas sempre Virgem, esta invocação em si mesmo não é mais que uma repetição dos versos “Virgem Mãe, singular” porém em uma ordem superior transcendente, constituindo esta admirável união, toda a singularidade de Maria.
- Aos Carmelitas sede propicia, é a parte da oração como suplica ou pedido, enquanto expõe aquilo que a Virgem é para nós carmelitas.
- Estrela do Mar, Invocação popular a Maria na Idade Media, que esta ligada à explicação de São Jerônimo a etimologia do nome Maria que segundo ele quer dizer estrela.




O Profeta Eliseu e a tradição do Carmelo

Por Dom Frei Wilmar SantinO.Carm.

Na Bíblia
O ciclo de Eliseu (2Rs 2-9.13,1-10) está ligado com o de Elias. A vocação de Eliseu está colocada após a teofania do Horeb (1Rs 19,16-21). Segundo a ordem divina, ele é aquele que deve suceder ao Tesbita. Por isso torna-se seu servidor e discípulo (2Rs 2,1-18). Pelo fato de acompanhar e ser testemunha do rapto de Elias, Eliseu herda o duplo espírito do Tesbita (2Rs 2,1-18). O carro e os cavalos que raptaram Elias constituem a escolta invisível de Eliseu (2Rs 6,17). Numerosos milagres e prodígios exaltam “o homem de Deus”, o taumaturgo a serviço dos pobres e que intervém na política. Morto, o seu cadáver ressuscita um morto (2Rs 13,20-21). No livro do Eclesiástico, o seu elogio segue o do seu mestre (Eclo 48,12-14) e recorda o dom do espírito de Elias que recebeu durante o rapto. Entre as suas obras maravilhosas é indicada a ressurreição de um morto após a sua morte. A cura de Naamã, o Sírio, é recordada no Evangelho (Lc 4,27), também depois de recordar Elias.
Por duas vezes a Bíblia menciona a estada de Eliseu no Monte Carmelo: para lá ele se retira após o episódio dos meninos devorados pelos ursos (2Rs 2,25) e ali a sunamita vai encontrá-lo para suplicar-lhe que devolva a vida ao seu filho (2Rs 4,25). Uma gruta com dois patamares era considerada como a “casa de Eliseu”, aquela onde ele recebeu a visita da sunamita. Ali foi construída uma laura (cenóbio) bizantina conhecida como Mosteiro de S. Eliseu.
Nascimento de Eliseu
O provincial carmelita da Catalunha, Felipe Ribot (+ 1392), recorda o prodígio que acompanhou o nascimento de Eliseu, assim como foi contado por Isidoro de Sevilha e Pedro Comestor: “ao nascimento de Eliseu um dos novilhos de ouro adorados pelos filhos de Israel mugiu atravessando o jardim de Eliseu. Um sacerdote do Senhor o escutou em Jerusalém e, inspirado por Deus, proclamou: ‘nasceu em Israel um profeta que destruirá todos os ídolos esculpidos e fundidos”. Só João de Hornby, carmelita inglês do século XIV, indica que Eliseu era descendente de Arão, como Elias, enquanto que a Vitae Prophetarum e Isidoro mencionam “a tribo de Rubem”.
Eliseu, figura de Cristo
Como Elias, Eliseu é apresentado pelos Padres da Igreja como figura de Cristo enquanto taumaturgo. Já Orígenes chamava Cristo “o Eliseu espiritual que purifica no mistério batismal os homens cobertos pela sujeira da lepra” (Hom. sobre Lucas 33,5). Eliseu estendendo-se sobre o menino anuncia a Encarnação de Cristo que se faz pequeno para salvar-nos. O vaso novo lançado com sal na água (episódio amplamente desenvolvido pelos Padres Latinos), o sal que purifica as águas, o machado recuperado, são figuras de Cristo. Multiplicando os pães de cevada para cem pessoas, iluminando os olhos do seu servo e cegando os de seus inimigos, curando Naamã com o banho no rio Jordão, Eliseu é ainda figura do Messias. A ressurreição de um morto ao contato com os seus ossos prefigura da descida de Cristo aos infernos para dar vida aos mortos. No sermão 128 de Cesário, a viúva libertada da sua indigência, graças ao milagre operado por Eliseu, prefigura a Igreja libertada do pecado à vinda do Salvador; a sunamita estéril, que concebe pela oração de Eliseu, é também figura da Igreja estéril antes da vinda de Cristo. Igualmente João Baconthorp (+ 1348) faz o paralelo entre os milagres de Elias e de Eliseu com os de Jesus (Speculum 2).
Eliseu, modelo do monge
Numerosos Padres da Igreja atestam a virgindade de Eliseu seguindo a de Elias. Para São Jerônimo “na Lei antiga, a fecundidade era objeto de bênção. Mas pouco a pouco entretanto, na medida em que a messe se torna mais abundante, foi enviado um ceifador: Elias que foi virgem. Eliseu também o foi, como do mesmo modo os filhos dos profetas” (Ep. 22). Os carmelitas medievais reproduziram estas linhas insistindo sobre o fato que Elias e Eliseu foram os primeiros a consagrarem-se a Deus na virgindade. Pe. Daniel da Virgem (+ 1678) explica que o celibato honra e imita por antecipação a Virgem Maria: “Eliseu conheceu antecipadamente e imitou a pureza da Virgem Mãe de Deus” (Vida de Santo Eliseu, pref.).
A oração tem um papel primordial na vida de Eliseu: é a fonte dos milagres que o Senhor faz através dele. No texto bíblico, isto é expresso explicitamente através da ressurreição do filho da sunamita, por isto o Senhor abre os olhos do seu servo para cegar os arameus. Os Padres da Igreja acentuam ainda mais o papel da oração: ele obtém um filho para a sunamita, faz submergir o machado caído na água do rio Jordão. Assim através de Eliseu os carmelitas fazem jorrar o seu apostolado pelo colóquio com Deus.
A renúncia inicial de Eliseu, que sacrifica os bois e o arado antes de seguir Elias, é um exemplo de exortação para se afastar das preocupações mundanas (Jerônimo, Ep. 71,3). A recusa dos presentes de Naamã fornece aos Padres um belo exemplo de afastamento dos bens. Para Cassiano, Eliseu é um dos fundadores do monaquismo e, de modo especial, um mestre da pobreza (Inst. 7, 14,2).
Amona (século IV), discípulo de Antonio o Grande, canta todos aqueles que obedeceram aos seus pais, cumprindo a sua vontade com a obediência perfeita em tudo. Eliseu é um dele (Ep. 18). Isaías de Scete (+ 491) exorta à obediência com o exemplo de Eliseu (Asceticon 7). A homilia bizantina mais freqüentemente indicada para a festa de Santo Elias é um comentário sobre o Profeta Elias, o Tesbita, atribuída a São João Damasceno, sem dúvida provém do ambiente monástico. A menção de Eliseu põe em relevo a sua ligação total a Elias: “Tendo deixado tudo, casa, campos, bois, ele o segue, servindo-lhe em tudo e totalmente ligado à sua pessoa. Elias, que viveu dali em diante com Eliseu a quem havia também consagrado profeta segundo um oráculo divino, estava dia após dias reunido com ele sob o mesmo teto, compartilhando o mesmo estilo de vida, absolutamente inseparáveis”.
Atanásio de Alexandria, na vida de Antão, mostra que Eliseu via Giezi distante e as forças que o protegiam porque o seu coração era puro, escopo de toda ascensão monástica. João Baconthorp considera em Eliseu o carmelita aplicado à contemplação que “vê” Deus, destinado a trazer no seu coração a chama ardente e irradiante e a palavra de vida, como Maria, e a imitação de Elias e de Eliseu que viveram a vida contemplativa no Carmelo (Laus 2,2). Pe. Daniel da Virgem na sua Vida do Santo Profeta Eliseu reassume os papéis respectivos de Elias e de Eliseu: “Inaugurando a vida religiosa, monástica e eremita, Elias a plantou, Eliseu depois a irriga e grandemente a divulga”.
Eliseu, discípulo de Elias
Nas Antiguidades Judaicas de Flávio Josefo e em numerosos escritos patrísticos seja do Oriente como do Ocidente, Eliseu está constantemente presente como discípulo de Elias, seu filho espiritual, seu herdeiro. Jacques de Saroug (449-521), autor de sete discursos em métrica que representam longamente a figura de Eliseu e a sua mensagem, utiliza diversos epítetos. Igualmente Máximo de Torino (+ 408/423), de quem duas homilias se referem a Eliseu: “Porque se admirar que os anjos, que levaram o mestre, levam o discípulo (…)? De fato ele mesmo é o filho espiritual de Elias, herdeiro da sua santidade” (Sermão 84). Os Diálogos do Papa Gregório Magno muitas fazem eco às façanhas de Eliseu. Se a “rubrica prima” das Constituições de 1289 se contenta de justapor Elias e Eliseu, João de Cheminot, depois João de Venette especificam que Eliseu é “discípulo” de Elias. Porém as Constituições de 1357 foram assim modificadas: “A partir do Profeta Elias e de Eliseu, seu discípulo”.
Eliseu, o discípulo por excelência
Eliseu não é discípulo de Elias somente. Seguindo a tradição hebraica que se encontra nas Vitae prophetarum, na introdução de São Jerônimo em seu Comentário ao livro de Jonas e algum outro escrito patrístico, Jonas seria o filho da viúva de Sarepta, ressuscitado pelo profeta e que se tornou discípulo de Elias: “Jonas, depois da sua morte, foi ressuscitado pelo profeta Elias: o seguiu, sofreu com ele e, por sua obediência ao profeta, mereceu receber do dom da profecia” (Sinassário árabe jacobita de 22 de setembro). João Baconthorp conhecia esta tradição que provém de São Jerônimo. João de Cheminot, seguindo Felipe Ribot, indica como primeiro discípulo o servo que Elias deixou em Bersabéia, quando fugia de Jesabel (1Rs 19, 3). Este servo é aquele que Elias enviou ao cume do Monte Carmelo para observar a chegada da chuva (1Rs 18, 43).
Segundo as Vitae prophetarum, Abdias, o intendente de Acab que escondeu os cem profetas em grupos de cinqüenta, enviado por Acazias, (1Rs 18, 3-4) tornou-se discípulo de Elias. Teodoro Bar-Koni, autor nestoriano do século VIII, especifica que ele recebeu o dom da profecia após ter seguido Elias. Os carmelitas medievais enumeram Abdias entre os grandes discípulos de Elias.
Felipe Ribot é o único carmelita do século XIV a mencionar o profeta Miquéias como discípulo de Elias.
Para Cheminot e Ribot, Eliseu ocupa o primeiro lugar no grupo dos discípulos do Profeta Elias.
O duplo espírito de Elias
Eliseu é o sucessor de Elias que recebeu o seu duplo espírito, quando viu seu rapto (2Rs 2, 9-13). De acordo com uma tradição hebraica, Eliseu realizou 16 milagres, enquanto que Elias havia feito 8. A partir do século XII, Ruperto de Deutz fez o mesmo cálculo (A Vitória do Verbo de Deus). Para São Jerônimo, o duplo espírito se manifesta com os milagres maiores. Para Felipe Ribot, o duplo espírito é o dom da profecia que consente prever o futuro e o dom dos milagres: «Eis porque lhe dá a direção do magistério espiritual de todos os religiosos que tinha instituído. Como sinal disto, ele deu a Eliseu o seu hábito como sinal distintivo do seu instituto, deixando-lhe o seu manto, quando foi levado ao céu» (nº 149). A partir do século XVI, outros – como Pedro da Mãe de Deus, carmelita descalço holandês – vêem no duplo espírito o espírito da contemplação e da ação: «Os discípulos do Carmelo (…) estão obrigados por vocação a pedir sempre a Deus o duplo espírito de Elias (…), isto é, o espírito de oração e de ação, o verdadeiro espírito do Carmelo» (As Flores do Carmelo).
Santa Teresa de Ávila evoca juntos Elias e Eliseu numa poesia: «Seguindo o Pai Elias, nós combatemos a nós mesmas, com a sua coragem e o seu zelo, ó Monjas do Carmelo. Após ter renunciado a nosso prazer, busquemos o forte Espírito de Eliseu, ó Monjas do Carmelo» (Caminho para o céu). Notemos que na sua correspondência ou nas Relações, Santa Teresa designa frequentemente com o nome de Eliseu o seu caro filho, Pe. Jerônimo Gracián.
Em Lisieux, Santa Teresa do Menino Jesus, que morava na cela Santo Eliseu do dormitório Santo Elias, muito naturalmente alude ao duplo do espírito: «Recordando-me da oração de Eliseu ao seu pai Elias, quando ele ousou pedir-lhe o dobro do seu espírito, me apresentei diante dos Anjos e dos santos, e lhe disse (…) ouso pedir-lhes que me concedam o dobro do vosso amor» (Ms B 4r).
Prior dos filhos dos profetas
O apologista São Justino se refere ao episódio do ferro do machado caído na água que Eliseu fez boiar com um pedaço de madeira (2Rs 6, 1-7). Onde o texto bíblico diz simplesmente que os filhos dos profetas queriam construir um lugar de moradia, Justino precisa que estes estavam cortando a madeira destinada pra construir «a casa para aqueles que queriam repetir e meditar a lei e os preceitos de Deus» (Diálogo com Trifão, 86). Esta paráfrase se tornará no século XIII o coração da Regra dos carmelitas que se consideram os sucessores dos filhos dos profetas para «meditar dia e noite na lei do Senhor».
Gerado à vida pelo Espírito de Elias, Eliseu pode por sua vez gerar filhos, chamados na Bíblia de «filhos dos profetas». Teodoreto de Ciro apresenta Eliseu à testa do «coro» dos profetas que o consideravam como «prior» deles (Quaest 4 Re 6, 19).
Felipe Ribot mostra como Eliseu é reconhecido «pai» dos filhos dos profetas: «Vendo Eliseu revestido do hábito de Elias, reconheciam que estava repleto do espírito de Elias e o receberam imediatamente como pai deles e mestre no lugar de Elias» (nº 149). Ele ensina aos filhos dos profetas, dá a eles ordens, organiza a comunidade religiosa instituída por Elias. Igualmente para João Soreth, após a ascensão de Elias, os filhos dos profetas «o veneraram, como superior deles, porque substituía Elias no governo dos eremitas».
Os caçoadores de Eliseu
Segundo a Haggadah, os caçoadores de Eliseu não são meninos, mas adultos que se comportam como meninos tolos. O número de pessoas devoradas pelos dois ursos corresponde então aos 42 sacrifícios ofertados por Balac (Nm 23). Os Padres Latinos não se referiram a esta tradição e dão uma interpretação anti-hebraica: Vespasiano e Tito – os dois ursos – aniquilaram Jerusalém 42 anos após a Paixão de Cristo, escarnecido pelos hebreus. Por outro lado o grito «sobe, careca» é um insulto a Elias para transformar em chacota o seu rapto. João Baconthorp pensa nos detratores da Ordem: Eliseu ensina o respeito devido à antiguidade da Ordem como para cada forma de velhice (Laus 2, 1).
A sepultura de Eliseu
Um tradição hebraica tardia, bem atestada na Patrística (Jerônimo, Egéria, Anônimo de Piacenza, Isidoro de Sevilha, Beda o Venerável), localiza a tumba de Eliseu em Sebaste na Samaria, com as tumbas de Abdias e de João Batista. Os carmelitas da Idade Média (João de Cheminot, Speculum 1; João de Hildesheim, Diálogo) conheciam esta tradição. A sepultura de Eliseu foi violada por Juliano o Apóstata no século IV. Parte dos ossos foi transferida para Alexandria e para Constantinopla, e dali para Ravenna em 718 e colocada na igreja de São Lourenço. No Capítulo Geral de 1369, autorizou-se a Ordem a fazer investimento econômico para obter as relíquias de Eliseu. A igreja foi destruída em 1603 e se ignora a sorte das relíquias, entretanto se mostra na igreja de Santo Apolinário a cabeça de Santo Eliseu.
Culto litúrgico
O primeiro decreto oficial aprovando a festa de Santo Eliseu para o dia 14 de junho, data na qual o profeta é festejado no rito bizantino, se encontra nas Constituições de 1369. Foi promulgada no Capítulo Geral de Florença de 1399. Em 1564 se adicionou uma oitava à celebração da festa. No calendário da Reforma Teresiana, em 1609, a memória de Eliseu recebe a categoria de festa de primeira classe, mas em 1617 foi reduzida à condição de segunda classe, com oitava, e depois abandonada em 1909. As Constituições O. Carm. de 1971 determinavam: “Com oportuna solenidade sejam celebradas as festas dos pais da Ordem Elias e Eliseu, do protetor S. José e dos nossos santos” (nº 72). Mas na reforma litúrgica de 1972, Eliseu foi excluído do calendário dos dois ramos do Carmelo. Por solicitação dos Carmelitas da Antiga Observância, a re-introdução da memória de Santo Eliseu foi aceita pela Sagrada Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos em 1992.
Conclusão
Elias e Eliseu são considerados o ponto de partida de uma sucessão ininterrupta de monges no Antigo Testamento e depois no Novo Testamento, antes de serem mais simplesmente os inspiradores dos Carmelitas dos quais estes querem ser seus imitadores e ainda mais seus filhos. A devoção ao profeta Eliseu conheceu um eclipse de uns 30 anos após o Concílio Vaticano II: a reforma litúrgica do Próprio do Carmelo não conservou a sua festa, as Constituições O. Carm. (1971) e as dos Carmelitas Descalços (1991) nomeiam o profeta Elias somente quando se referem à tradição bíblica da Ordem. Por sorte, diversos estudos o recolocaram no seu lugar (Carmel 1994/1). As Constituições O. Carm. de 1995 dizem: “O Carmelo celebra, com especial devoção, os seus Santos, colhendo neles a expressão mais viva e genuína do carisma e da espiritualidade da Ordem ao longo dos séculos. Com particular solenidade, sejam celebradas a festividade de Santo Elias Profeta, a memória de S. Eliseu Profeta e as festas dos protectores da Ordem, a saber, S. José, S. Joaquim e Santa Ana” (nº 88).
De fato o Carmelo reconhece como seus inspiradores, não só o Tesbita, mas juntos Elias e Eliseu, porque nesta mesma relação se manifesta o carisma do Carmelo.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Catequese do Santo Padre sobre o Profeta Elias.





CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de junho de 2011 (ZENIT.org) – Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.
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Queridos irmãos e irmãs:
Na história religiosa do antigo Israel, os profetas tiveram grande relevância, com seus ensinamentos e sua pregação. Entre eles, surge a figura de Elias, suscitado por Deus para levar o povo à conversão. Seu nome significa “o Senhor é meu Deus” e é de acordo com este nome que se desenvolve toda a sua vida, consagrada inteiramente a provocar no povo o reconhecimento do Senhor como único Deus. De Elias o Eclesiástico diz: “O profeta Elias surgiu como o fogo, e sua palavra queimava como tocha” (Eclo 48,1). Com esta chama, Israel volta a encontrar seu caminho rumo a Deus. Em seu ministério, Elias reza: invoca o Senhor para que devolva a vida ao filho de uma viúva que o havia hospedado (cf. 1Re 17,17-24), grita a Deus seu cansaço e sua angústia, enquanto foge pelo deserto, jurado de morte pela rainha Jezabel (cf. 1Re 19,1-4), mas sobretudo no monte Carmelo, onde se mostra todo o seu poder de intercessor, quando, diante de todo Israel, reza ao Senhor para que se manifeste e converta o coração do povo. É o episódio narrado no capítulo 18 do Primeiro Livro dos Reis, no qual hoje nos deteremos.
Encontramo-nos no reino do Norte, no século IX antes de Cristo, em tempos do rei Ajab, em um momento em que Israel havia se criado uma situação de aberto sincretismo. Junto ao Senhor, o povo adorava Baal, o ídolo tranquilizador de quem se acreditava que vinha o dom da chuva e a quem, por isso, se atribuía o poder de dar fertilidade aos campos e vida aos homens e às bestas. Ainda pretendendo seguir o Senhor, Deus invisível e misterioso, o povo buscava segurança também em um deus compreensível e previsível, de quem acreditava poder obter fecundidade e prosperidade em troca de sacrifícios. Israel estava cedendo à sedução da idolatria, a contínua tentação do crente, figurando-se poder “servir a dois senhores” (cf. Mt 6,24; Lc 16,13) e de facilitar os caminhos inescrutáveis da fé no Onipotente, colocando sua confiança também em um deus impotente feito por homens.
Precisamente para desmascarar a necedade enganosa dessa atitude, Elias reúne o povo de Israel no monte Carmelo e o coloca diante da necessidade de fazer uma escolha: “Se o Senhor é o verdadeiro Deus, segui-o; mas, se é Baal, segui a ele” (1Re 18, 21). E o profeta, portador do amor de Deus, não deixa sua gente sozinha diante desta escolha, mas o ajuda, indicando o sinal que revelará a verdade: tanto ele como os profetas de Baal prepararão um sacrifício e rezarão, e o verdadeiro Deus se manifestará respondendo com o fogo que consumirá a oferenda. Começa assim a confrontação entre o profeta Elias e os seguidores de Baal, que na verdade é entre o Senhor de Israel, Deus de salvação e de vida, e o ídolo mudo e sem consistência, que não pode fazer nada, nem para bem nem para mal (cf. Jr 10,5). E começa também a confrontação entre duas formas completamente diferentes de dirigir-se a Deus e de rezar.
Os profetas de Baal, de fato, gritam, agitam-se, dançam, pulam, entram em um estado de exaltação, chegando a fazer-se incisões no corpo, “com espadas e lanças, até o sangue escorrer” (1Re 18,28). Usam a si mesmos como recurso para interpelar o seu deus, confiando em suas próprias capacidades de provocar sua resposta. Revela-se assim a realidade enganosa do ídolo: este está pensado pelo homem como algo de que se pode dispor, que se pode gestionar com as próprias forças, a que se pode aceder a partir de si mesmos e da própria força vital. A adoração do ídolo, ao invés de abrir o coração humano à Alteridade, a uma relação libertadora que permita sair do espaço estreito do próprio egoísmo para aceder a dimensões de amor e de dom mútuo, fecha a pessoa no círculo exclusivo e desesperador da busca de si mesma. E o engano é tal que, adorando o ídolo, o homem se vê obrigado a ações extremas, na tentativa ilusória de submetê-lo à sua própria vontade. Por isso, os profetas de Baal chegam até a causar-se dano, a retalhar-se, em um gesto dramaticamente irônico: para obter uma resposta, um sinal de vida do seu deus, eles se cobrem de sangue, recobrindo-se simbolicamente de morte.
Muito diferente é a atitude de oração de Elias. Ele pede ao povo que se aproxime, envolvendo-o assim em sua ação e em sua súplica. O objetivo do desafio dirigido por ele aos profetas de Baal era o de voltar a levar a Deus o povo que se havia extraviado seguindo os ídolos; por isso, quer que Israel se una a ele, convertendo-se em partícipe e protagonista da sua oração e do que está acontecendo. Depois, o profeta erige um altar, utilizando, como recita o texto, “doze pedras, segundo o número das doze tribos dos filhos de Jacó, a quem Deus tinha dito: 'Teu nome será Israel'” (v. 31). Essas pedras representam todo Israel e são a memória tangível da história de eleição, de predileção e de salvação de que o povo foi objeto. O gesto litúrgico de Elias tem uma repercussão decisiva; o altar é o lugar sagrado que indica a presença do Senhor, mas essas pedras que o compõem representam o povo, que agora, por mediação do profeta, está colocado simbolicamente diante de Deus, converte-se em “altar”, lugar de oferenda e de sacrifício.
Mas é necessário que o símbolo se converta em realidade, que Israel reconheça o verdadeiro Deus e volte a encontrar sua própria identidade de povo do Senhor. Por isso, Elias pede a Deus que se manifeste, e essas doze pedras, que deveriam recordar a Israel sua verdade, servem também para recordar ao Senhor sua fidelidade, à qual o profeta apela na oração. As palavras da sua invocação são densas em significado e em fé: “Senhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, mostra hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que é por ordem tua que fiz estas coisas. Ouve-me, Senhor, ouve-me, para que este povo reconheça que tu, Senhor, és Deus, e que és tu que convertes o seu coração!” (v. 36-37; cf. Gn 32, 36-37). Elias se dirige ao Senhor chamando-o de Deus dos Pais, fazendo memória implícita, assim, das promessas divinas e da história de eleição e de aliança que uniu indissoluvelmente o Senhor e o seu povo. O envolvimento de Deus na história dos homens é tal, que seu Nome já está inseparavelmente unido ao dos Patriarcas, e o profeta pronuncia esse Nome santo para que Deus recorde e se mostre fiel, mas também para que Israel se sinta chamado pelo seu nome e volte a encontrar sua fidelidade. O título divino pronunciado por Elias parece, de fato, um pouco surpreendente. Ao invés de usar a fórmula habitual, “Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó”, ele utiliza um apelativo menos comum: “Deus de Abraão, de Isaac e de Israel”. A substituição do nome “Jacó” pelo de “Israel” evoca a luta de Jacó no vau de Jaboc, com a mudança de nome a que o narrador faz referência explícita (cf. Gn 32,31) e de que falei em uma das catequeses passadas. Esta substituição adquire um significado a mais dentro da invocação de Elias. O profeta está rezando pelo povo do reino do Norte, que se chamava precisamente Israel, diferente de Judá, que indicava o reino do Sul. E agora, este povo, que parece ter esquecido sua própria origem e sua própria relação privilegiada com o Senhor, sente que o chamam pelo seu nome, enquanto se pronuncia o Nome de Deus, Deus do Patriarca e Deus do Povo: “Senhor, Deus (…) de Israel, mostra hoje que tu és Deus em Israel”.
O povo por quem Elias reza é colocado diante da sua própria verdade e o profeta pede que também a verdade do Senhor se manifeste e que Ele intervenha para converter Israel, afastando-o do engano da idolatria e levando-o, assim, à salvação. Sua petição é que o povo finalmente saiba, conheça em plenitude quem é verdadeiramente seu Deus, e faça a escolha decisiva de seguir somente Ele, o verdadeiro Deus. Porque somente assim Deus é reconhecido pelo que é, Absoluto e Transcendente, sem a possibilidade de colocá-lo junto a outros deuses, que O negariam como absoluto, relativizando-o. Esta é a fé que faz de Israel o povo de Deus; é a fé proclamada no bem conhecido texto do Shema‘ Israel: “Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6,4-5). Ao absoluto de Deus, o crente deve responder com um amor absoluto, total, que comprometa toda a sua vida, suas forças, seu coração. E é precisamente para o coração do seu povo que o profeta, com sua oração, está implorando conversão: “Que este povo reconheça que tu, Senhor, és Deus, e que és tu que convertes o seu coração” (1Re 18,37). Elias, com sua intercessão, pede a Deus o que o próprio Deus deseja fazer, manifestar-se em toda a sua misericórdia, fiel à sua própria realidade de Senhor da vida que perdoa, converte, transforma.
E isso é o que acontece: “Caiu o fogo do Senhor, que devorou o holocausto, a lenha, as pedras e a poeira, e secou a água que estava no rego. Vendo isto, o povo todo prostrou-se com o rosto em terra, exclamando: “É o Senhor que é Deus, é o Senhor que é Deus!'” (v. 38-39).
O fogo, este elemento ao mesmo tempo necessário e terrível, ligado às manifestações divinas da sarça ardente e do Sinai, agora serve para mostrar o amor de Deus que responde à oração e se revela ao seu povo. Baal, o deus mudo e impotente, não havia respondido às invocações dos seus profetas; o Senhor, no entanto, responde, de forma irrevocável, não só queimando o holocausto, mas inclusive secando toda a água que havia sido derramada ao redor do altar. Israel já não pode duvidar; a misericórdia divina saiu ao encontro da sua fraqueza, das suas dúvidas, da sua falta de fé. Agora, Baal, o ídolo vão, está vencido, e o povo, que parecia perdido, encontrou o caminho da verdade e se reencontrou.
Queridos irmãos e irmãs, o que esta história do passado nos diz? Qual é o presente desta história? Antes de tudo, está em questão a prioridade do primeiro mandamento: adorar somente a Deus. Onde Deus desaparece, o homem cai na escravidão de idolatrias, como mostraram, em nossa época, os regimes totalitários, e como mostram também diversas formas de niilismo, que tornam o homem dependente de ídolos, de idolatrias, o escravizam. Segundo, o objetivo primário da oração é a conversão: o fogo de Deus que transforma nosso coração e nos torna capazes de vê-Lo e, assim, de viver segundo Deus e de viver para o outro. E o terceiro ponto. Os Padres nos dizem que também esta história de um profeta será profética se – afirmam – for sombra do futuro, do futuro Cristo; é um passo no caminho rumo a Cristo. E nos dizem que aqui vemos o verdadeiro fogo de Deus: o amor que guia o Senhor até a cruz, até o dom total de si. A verdadeira adoração de Deus, então, é doar-se a Deus e aos homens, a verdadeira adoração é o amor. E a verdadeira adoração de Deus não destrói, mas renova, transforma. Certamente, o fogo de Deus, o fogo do amor queima, transforma, purifica, mas precisamente assim não destrói, e sim cria a verdade do nosso ser, recria nosso coração. E assim, realmente vivos pela graça do fogo do Espírito Santo, do amor de Deus, somos adoradores em espírito e verdade.
Obrigado!
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs:
Na história religiosa de Israel, sobressai a figura de Elias, cujo nome significa: “O meu Deus é o Senhor”. E, com o nome concorda a sua vida, toda ela votada a provocar no povo de Israel - que se extraviara atrás dos ídolos – o regresso ao Senhor seu Deus. Um dia reuniu o povo no Monte Carmelo, desafiando-o a escolher entre o Deus verdadeiro e os ídolos. Tanto ele, o profeta do Senhor, como os profetas de Baal vão preparar um sacrifício sem atear o fogo; depois cada um invoca o seu Deus. Aquele dos dois que responder, enviando o fogo para queimar o sacrifício, será o verdadeiro Deus. Elias rezou assim: “Respondei-me, Senhor, para que este povo reconheça que sois o verdadeiro Deus e converteis os seus corações”. Com a sua súplica, pede a Deus aquilo que o próprio Deus deseja fazer: manifestar-Se em toda a sua misericórdia, fiel à própria realidade de Senhor da vida que perdoa e converte. E o Senhor responde, enviando o fogo que consome a vítima do sacrifício. E o povo reencontrou a estrada da verdade, reencontrou-se a si mesmo: “O Senhor é o nosso Deus”.
Amados peregrinos de língua portuguesa, uma saudação amiga de boas-vindas para todos, com menção especial para os fiéis das paróquias de Nossa Senhora da Conceição, em Angola, São Sebastião de Campo Grande, no Brasil, e São Julião da Barra, em Portugal. Possa esta peregrinação ao túmulo dos Apóstolos ajudar-vos na vida a cooperar plenamente com os desígnios de salvação que Deus tem sobre a humanidade. Como estímulo e penhor de graças, dou-vos a minha Bênção.
[Tradução: Aline Banchieri.
© Libreria Editrice Vaticana]

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Santo Eliseu, Profeta.

No dia 14 de julho o Carmelo celebra a memoria litúrgica de uma das suas figuras inspiradoras, o Santo Profeta Eliseu, e assim nos é narrado em 1Rs 19,21:
"Quando Elias se aproximou de Eliseu, lançou o seu manto sobre os ombros dele, e Eliseu, largando os bois correu imediatamente para seguir Elias e servia-lhe". Eliseu recebendo o espirito de Elias, entre muitos grandiosos prodigios, curou Naamã da lepra, ressuscitou um menino que falecera, conviveu entre os filhos dos profetas e, em nome de Deus interveio muitas vezes nos acontecimentos do povo de Israel. A Ordem do Carmo, lembrada das suas origens no monte carmelo, desejou com a celebração litúrgica dos grandes Profetas, celebrar a memoria da presença deles e dos seus gestos. Já no ano de 1399 o Capitulo Geral decretou celebração da festa de Santo Eliseu; e nos nossos dias o profeta lança uma luz sobre a missão profética do cristão com fidelidade ao Deus Vivo e Verdadeiro.





"Continuando o seu caminho, entretidos a conversar, eis que de repente um carro de fogo com cavalos de fogo os separou um do outro, e Elias subiu ao céu num turbilhão. Vendo isso, Eliseu exclamou: Meu pai, meu pai! Carro e cavalaria de Israel! E não o viu mais. Tomando então as suas vestes, rasgou-as em duas partes." (2 Rs 2, 11-12)










"A mulher de um dos irmãos profetas suplicou a Eliseu, dizendo: "Teu servo, meu marido, morreu, e bem sabes que reu servo remia a Deus. Ora, veio o credor para tomar meus dois filhos e fazê-los escravos" Eliseu lhe disse "que posso fazer por ti? Dize-me, que tens em casa? Respondeu ela: Tua serva nada tem em casa, a não ser um vaso de óleo." então ele ordenou "Vai e pede emprestadas a todos seus vizinhos ânforas vazias em grande quantidade! Depois entra, fecha a porta atrás de ti e de teus filhos e derrama áleo em tadas essas ânaforas, pondo-as de lado á medida que forem ficando cheias" ela retirou-se e fechou a pota atrás de dela e de seua filhos; e estes lhe apresentavam as âforas e ela enchia... " 2Rs 4, 1-6)
"Eliseu chegou a casa; lá esta o menino morto e estendido sobre sua própria cama. Ele entrou fechou a  porta atras deles dois e orou a Deus... depois tornou a subir e se estendeu sobre ele, até sete vezes: então o menino espirrou e abriu os olhos ... Toma teu filho " (Cf. 2 Rs 4, 8-37)



"Naamã chegou com seu caro e seus cavalos e parou a porta da casa de Eliseu. este mandou um mensageiro dizer-lhe  "Vai lava-te sete vezes no Jordão e tua carne te será restituida e ficará limpa... desceu pois e mergulhou sete vezes no Jordão conforme a ordem de Eliseu; e sua carne se tornou sadia como a de uma criança e ficou limpa' (Cf. 2 Rs 5, 1-27)

"Daí, Eliseu foi para Betel. Enquanto subia pelo caminho, um bando de garotos, que tinham saído da cidade, começaram a zombar dele, gritando: "Suba, careca! Suba, careca!"  Eliseu virou-se, olhou para eles e os amaldiçoou em nome de Javé. Então duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois garotos." (2 Rs 2, 23-24)

Oração:


Deus, nosso Pai, Pastor dos homens e Redentor, que sois proclamado admirável nos vossos santos profetas e derramastes o espirito de Elias sobre o vosso profeta Eliseu, dignai-vos, na vossa bondade, fazer crescer em nós os dons do Espirito Santo, para que, compenetrados da nossa missão de profetas, possamos por toda parte testemunhar a vossa divina presença e a vossa adorável providencia. Por Cristo Nossa Senhor. Amém 

sábado, 11 de junho de 2011

Especificações sobre o escudo do Carmo.





‎"O escudo carmelitano é um verdadeiro emblema :
- Belo por sua simplicidade.
- Célebre por sua antiguidade.
e sagrado por seu significado"

PR As mais antigas fontes apontam que o escudo da Ordem do Carmo tenha sido criado ainda no Monte Carmelo, no seculo XII, porem os primeiros registros dele são do século são XIV e XV. 

E assim é especificada cada parte do escudo.

Campo em branco:

Uma antiga tradição diz que o campo em branco significa a Sma. Virgem Maria, a nuvem branca, livre de todo o pecado que cobriu o Carmelo com sua proteção, lembrando também a capa branca que os carmelitas levam como as vestes brancas da Virgem Imaculada.

Campo Marrom:

Lembra o monte Carmelo, lugar de origem da Ordem do Carmo, e o habito carmelita com seu escapulário que são escuros em sinal de penitencia e fiel cumprimento da regra de Santo Alberto.

As duas estrelas do campo Branco:

Significam nosso Pai Santo Profeta Elias e seu sucessor Santo Profeta Eliseu, bem como em outras interpretações Jesus em suas duas naturezas Deus e Homem.

A estrela do campo Marrom:

Significa a Sma. Virgem, Nossa Mãe, que como a cândida estrela reina no centro.

* E ainda se pode ler as três estrelas como as virtudes teologias (Fé, Esperança e Caridade), ou três votos religiosos (Pobreza, castidade e Obediência).

A Coroa:

Demonstra a estirpe real e de nosso Pai Elias, bem como esta é a coroa de Nossa Senhora que é Rainha do Céu e da Terra e de forma especial quis honrar o Carmelo sendo sua Senhora.

As doze estrelas:

As 12 estrelas sobre a coroa aludem à coroa de estrelas que figuram a Virgem do Apocalipse.

O braço com a espada e o mote:

O braço e a espada de fogo são de Nosso Pai o Profeta Elias, que segundo o livro dos Reis matou os 450 profetas de Baal a fio de espada (1 Reis,18). Sendo o Mote a frase que leva nosso escudo, a seguinte: "Zelo zelatus sum pro Domino Deo exercituum" (consumo-me de zelo pela causa do Deus o Senhor dos exércitos)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Os religiosos devem defender direito do homem a viver com Deus, afirmou o Pap

ZAGREB, 06 Jun. 11 / 01:22 pm (ACI/EWTN Noticias)

Na homilia das Vésperas que rezou com os sacerdotes, religiosos e consagrados ontem em Zagreb (Croácia), o Papa Bento XVI disse que, segundo o exemplo do Beato Alojzije Stepinac, eles têm o dever de defender a verdade e o direito do homem a viver com Deus.

Conforme assinala Rádio Vaticano, na Catedral dedicada em Zagreb a Maria Santíssima Assunta e a São Estevão rei da Hungria, o Santo Padre se referiu ao Beato Stepinac, "valoroso pastor, exemplo de zelo apostólico e firmeza cristã, cuja vida heróica ilumina também hoje os fiéis das dioceses croatas, sustentando assim a fé e a vida eclesiástica".

"Os méritos deste inesquecível Pastor brotam essencialmente da sua fé: na sua vida, manteve sempre o olhar fixo em Jesus, configurando-se de tal modo com Ele que se tornou uma imagem viva de Cristo, mesmo dos seus sofrimentos. Devido precisamente à sua firme consciência cristã, soube resistir a todo o totalitarismo, tornando-se defensor dos judeus, dos ortodoxos e de todos os perseguidos no tempo da ditadura nazista e fascista e depois, no período do comunismo, "advogado" dos seus fiéis, especialmente dos numerosos sacerdotes perseguidos e assassinados. Sim, tornou-se "advogado" de Deus sobre esta terra, já que defendeu tenazmente a verdade e o direito do homem viver com Deus".

Bento XVI disse logo que "o Beato Aloísio Stepinac correspondeu-lhe com o seu sacerdócio, com o episcopado, com o sacrifício da vida: um único "sim" unido ao de Cristo. O seu martírio marca o apogeu das violências perpetradas contra a Igreja durante a terrível estação da perseguição comunista".

"Os católicos croatas, de modo particular o clero, foram objeto de vexações e abusos sistemáticos, que visavam destruir a Igreja Católica a começar da sua Autoridade local mais alta. Aquele período, particularmente duro, caracterizou-se por uma geração de Bispos, sacerdotes e religiosos dispostos a morrer para não atraiçoar Cristo, a Igreja e o Papa. O povo viu que os sacerdotes nunca perderam a fé, a esperança, a caridade, e deste modo permaneceram sempre unidos. Esta unidade explica o que é humanamente inexplicável, ou seja, que um regime tão duro não tenha podido dobrar a Igreja".

Bento XVI afirmou que "Também hoje a Igreja na Croácia é chamada a estar unida para enfrentar os desafios do contexto social em mudança, individuando com audácia missionária novos caminhos de evangelização especialmente ao serviço das jovens gerações. ".

Neste contexto se referiu à importância de que, "sobretudo os Bispos e os sacerdotes trabalhem sempre ao serviço da reconciliação entre os cristãos divididos e entre cristãos e muçulmanos, seguindo os passos de Cristo, que é a nossa paz. Relativamente aos sacerdotes, não deixeis de oferecer-lhes claras indicações espirituais, doutrinais e pastorais".

"A comunidade eclesial apresenta no seu próprio seio legítimas diversidades, mas só pode prestar um testemunho fiel ao Senhor na comunhão dos seus membros. Isto requer de vós o serviço da vigilância, que haveis de prestar no diálogo e com grande amizade, mas também com clareza e firmeza".

Depois de recordar que o beato Stepinac dizia que "um dos maiores males de nosso tempo é a mediocridade nas questões de fé", o Papa assinalou que "doutrina moral da Igreja, hoje freqüentemente incompreendida, não se pode desvincular do Evangelho. Compete precisamente aos Pastores propô-la com autoridade aos fiéis, para os ajudarem a avaliar as suas responsabilidades pessoais, a harmonia entre as suas decisões e as exigências da fé".

O Santo Padre exortou aos sacerdotes a não desanimar-se apesar da escassez de vocações e a "permanecer vigilantes na oração e na vida espiritual para realizardes com fruto o vosso ministério: ensinar, santificar e guiar a quantos estão confiados aos vossos cuidados".

Logo alentou a acolher "com magnanimidade quem bate à porta do vosso coração, oferecendo a cada um os dons que a bondade divina vos confiou. Perseverai na comunhão com o vosso Bispo e na mútua colaboração. Alimentai o vosso compromisso nas fontes da Escritura, dos Sacramentos, do louvor constante de Deus, abertos e dóceis à ação do Espírito Santo; sereis assim agentes eficazes da nova evangelização, que sois chamados a realizar juntamente com os leigos, de modo coordenado e sem confusão entre aquilo que depende do ministério ordenado e o que pertence ao sacerdócio universal dos batizados. Tende a peito o cuidado das vocações ao sacerdócio".

Aos consagrados e consagradas, assegurou que "a Igreja espera muito" deles. "Que Deus seja sempre a vossa única riqueza: deixai-vos plasmar por Ele, para tornar visível ao homem atual, sedento de valores autênticos, a santidade, a verdade, o amor do Pai celeste. Sustentados pela graça do Espírito, falai ao povo com a eloqüência duma vida transfigurada pela novidade da Páscoa. Deste modo a vossa vida inteira tornar-se-á sinal e serviço da consagração que cada batizado recebeu quando foi incorporado em Cristo".

Finalmente pediu aos jovens que se preparam para o sacerdócio ou a vida consagrada, que seu "Esteja sempre pronto o vosso coração. O testemunho heróico do Beato Aloísio Stepinac inspire uma renovação das vocações entre os jovens croatas". 

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Carmelitas rezam pela unidade dos Cristãos


Segundo as constituições da Ordem do Carmo, assim como todo católico de forma especial os carmelitas são obrigados a se comprometer com o ecumenismo.
Assim consta nas constituições:
            “Na Sagrada Escritura e na tradição carmelita o profeta Elias é visto e venerado como aquele que de vários modos, soube ler os sinais da presença de Deus, conseguido por fim reconciliar aqueles que se tinham tornado estrangeiros ou inimigos entre si.
Como carmelitas, animados pelo seu, exemplo e pelo forte desejo de por em pratica o ensinamento de amor e reconciliação dado pelo Senhor, devemos participar no movimento ecumênico e no dialogo entre as religiões promovido pelo Concilio Vaticano II. Pelo primeiro promovemos relações com os Ortodoxos e as outras confissões cristãs; pelo segundo, cultivamos o dialogo a vários níveis com os Judeus e os Mulçumanos, com os quais partilhamos a veneração pelo profeta Elias como homem de Deus, e com os Hindus, Budistas e membros de outras religiões” (Constituições da Ordem dos Irmãos da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, nº 96)
Isto fazem os freis rezando pela unidade da Igreja Cristã em torno de seu único pastor como nos ensina o próprio Cristo “Que haja um só rebanho e um só pastor” (JOÃO, 10:16)e isto fizeram de forma concreta os freis Alexandre, Tiago e os postulantes Edenilson, Rodrigo e Thiago, participando de um dos dias e oração, na semana de oração pela unidade dos Cristãos em Curitiba.
O culto Ecumênico aconteceu na segunda-feira, dia 06/06/2001 na Igreja Ortodoxa Autocéfala Ucraniana, participando representantes das Igrejas, Católica Romana,  de Confissão Luterana do Brasil, Anglicana, Evangelho Quadrangular e Ortodoxa Autocéfala Ucraniana, em um significativo momento de oração.

Benção para os promotores Vocacionais.

Na Missa da solenidade da Ascensão do Senhor, presidida no Domingo dia 05/06/2011 por frei João Bernardes, conselheiro responsável pelas vocações do Comissariado do Paraná, foi dada a benção aos novos Promotores vocacionais, sendo esses frei Anderson, João e Tiago em Curitiba e frei Edimar em Santa Catarina, esses tem a missão de acompanhar junto dos demais freis os interessados em conhecer o carisma Carmelitano e ajudar-los em seu discernimento vocacional.

Frei João, lembrava em sua homilia que a vocação nunca é prococe nem madura, pois e chamado de Deus à cada um de nós é eterno, sendo assim a missão dos promotores vocacionais acompanhar a cada um dos que o procurem rumo a escuta desse chamado.

Rezemos também nós a Nossa Senhora do Carmo, pedindo sua intercessão, a nossos promotores vocacionais, para que possam mostrar a cada jovem o quanto é bom ser Carmelita.







I Encontro Vocacional Carmelitano de 2011.

O que é o Carmelo?
Um lugar de oração, fraternidade sendo uma presença de Deus entre as pessoas, foi isso que jovens vindos de Florianópolis, Navegante, Blumenau e Curitiba, experimentaram no I Encontro Vocacional Carmelitano de 2011.
Nos dias 4 e 5 de Junho, estiveram no Convento do Carmo da Villa Fanny (Curitiba), estes dias sendo marcados pela oração seja na  Eucaristia que é o essencial da vida crista, a devoção a Nossa Senhora do Carmo, e a liturgia das horas.
Além disso, nos reunimos em muitos momentos de fraternidade, para que os freis apresentassem as diversas vocações na vida Crista, entre elas a Vida Religiosa e o Carmelo; para o recreio, ocasião para brincadeiras e descontração.
E também nesses dias percebemos o quando a vida no Carmelo e um estar próximo das pessoas, seja nas paróquias ou com os leigos que compartilham de nossa espiritualidade (e tanto ajudaram neste encontro, seja na cozinha, com deliciosas refeições, com a participação nas orações, e sua presença fraterna como irmãos no Carmelo).



Dinâmica de abertura.



Frei Khae fala da vocação a vida Cristã.





Trabalhos em Grupos.



Frei Klenio fala sobre a vocação a vida laical.









Participação na Missa Paroquial.







Dinâmica, Sabado a tarde.







Recreio Sabado a noite.



Frei Edimar, fala sobre a Vida Religiosa na Igreja.



Frei Rafael, e Carmelo, seu Carisma e Missão.