terça-feira, 19 de abril de 2011

Bento XVI: seis anos de pontificado

bentoXVIpontificadoseisApós celebrar 84 anos de vida no sábado, 16, o papa Bento XVI se prepara para comemorar nesta terça-feira, 19, seis anos como líder espiritual da Igreja Católica e chefe do Estado da Cidade do Vaticano. Tudo acontece poucos dias antes da beatificação de seu predecessor, o então papa João Paulo II.
Joseph Ratzinger entra no sexto ano de papado com uma agenda lotada e, ainda por cima, escreve a terceira parte de seu livro "Jesus de Narazé", dedicada à infância de Jesus e ao começo de sua pregação, com lançamento previsto para o Natal.

A eleição do Cardeal Ratzinger
O primeiro Conclave do terceiro milênio, na quarta votação, elegeu Joseph Ratzinger novo papa, no dia 18 de abril de 2005, depois da morte de João Paulo II.
Às 17h50 do dia 19 de abril de 2005 começou a sair a fumaça branca pela chaminé da Capela Sistina, o sinal de que os 115 cardeais reunidos haviam eleito o novo papa. Poucos minutos depois, Ratzinger se apresentou diante dos fiéis como um "humilde trabalhador das vinhas do Senhor" e disse que adotou o nome em homenagem ao papa Bento XV, "um valente profeta da paz".

sábado, 16 de abril de 2011

Comentarios da imprensa sobre o filme "Homens e Deuses"



Jornal do Brasil:

Crítica | Homens e deuses | Relato de um massacre
Myrna Silveira Brandão
Embora com forte cunho político, Homens e deuses, de Xavier Beauvois, guarda seu foco mais agudo para um drama humano. A história é inspirada no massacre de monges católicos em Tibhirine, na Argélia, em 1996, supostamente por terroristas islâmicos, recriando o que teriam sido os últimos meses de vida dos religiosos, que prestavam socorro espiritual e médico à comunidade que existia em torno de um mosteiro. 
Protagonizado por Lambert Wilson e Michael Lonsdale, o filme detalha o cotidiano dos monges e o sentimento de angústia crescente que vai tomando conta dos religiosos à medida que os extremistas e o exército argelino se enfrentam. 
Alguns monges querem abandonar o monastério, mas o Prior Christian de Chergé – que foi um dos mártires do massacre – pede que eles reflitam, destacando a importância de que a decisão seja coletiva. Uma cena extraordinária, com a câmera fechada no rosto de velhos atores, faz uma alusão ao quadro A última ceia, ao som de O lago dos cisnes, de Tchaikovsky

Folha:
“Homens e Deuses”: discute política e religião em país árabe
Longa-metragem premiado no Festival de Cannes
Tatianna Babadobulos
Em primeiro lugar na bilheteria mundial, a animação “Rio”, que estreou na semana passada, tomou conta das salas de cinema do país. Ao todo, foram mil cópias. Já sabendo do efeito que o longa-metragem do brasileiro Carlos Saldanha teria (mais de 1,1 milhão de pessoas assistiram ao filme no cinema nos três primeiros dias), foram apenas quatro estreias no dia 8.
Nesta sexta-feira, 15, o quadro não muda muito. Serão cinco estreias ao todo: o nacional “Amor?”, o documentário francês “Bebês”, a ficção científica “Eu Sou o Número Quatro”, o terror “Pânico 4” e o aguardado “Ho­mens e Deuses”, produção francesa, vencedora do Grand Prix do Festival de Cannes, no ano passado. O mesmo festival, aliás, que premiou “O Profeta”, em 2009, e “Gomorra”, em 2008.
A trama de “Homens e Deu­ses” (“Des Hommes et des Dieux”), que tem direção de Xavier Beauvois e roteiro a quatro mãos escrito juntamente Etienne Comar, é baseada na história real dos monges franceses que faziam trabalho missionário na Argélia, país árabe e ex-colônia da França.
Em uma época na qual a igre­ja pouca influência tem sobre as pessoas, principalmente longe dos domínios do cristia­nismo, o longa-metragem discute problema político que se passa no final dos anos 1990 e usa os diálogos para mostrar o que acontece por ali. Nas imagens, as matanças são momentos bastante duros.
Mesmo que tenham poucas influências no mundo atual, os monges fazem visitas em toda a comunidade onde atuam e também prestam serviços médicos. E, para combater o mal, rezam e cantam. A música dos monges, aliás, é a única que compõe a trilha sonora da fita que tem duração de 122 minutos. Talvez isso possa ser um pouco can­sativo para quem está acostumado com os filmes barulhentos exibidos no cinema, principalmente de produção norte-americana.
“Homens e Deuses” é intimista no olhar do diretor e na medida que insere o espectador na trama, mas também mostra os sequestros e os assassinatos, além do confronto entre o go­verno e os extremistas que queriam tomar o poder.
Liderados por Christian (Lambert Wilson), os monges Luc (Michael Lonsdale), Chris­tophe (Olivier Rabourdin), Celéstin (Philippe Laudenbach), Amédée (Jacques Herlin), Jean-Pierre (Loïc Pichon), Paul (Jean-Marie Frin ), Bruno (Olivier Perrier) e Michel (Xavier Maly) decidem, em meio ao conflito, se voltam para a França ou conti­nuam prestando o serviço ao qual se propuseram, mesmo sabendo que são alvo dos terro­ristas, principalmente por aqueles que invadem o mosteiro a fim de roubar remédio.
“Homens e Deuses” mostra a mistura de fatos e atos praticados pelos homens que são contra as leis de Deus mas, ao mesmo tempo, o que podem os monges fazer senão cuidar da comunidade onde vivem e enfrentar o mal?
Ao final, o destino de cada um deles é revelado. Triste demais, mas um belíssimo filme, capaz de fazer o espectador refletir e situá-lo nos dias atuais. Que dias!
BR Press:
No drama Homens e Deuses (Des Hommes et des Dieux, França, 2010),  que estreia em SP e Rio nesta sexta (15/04) sete monges franceses vivem num mosteiro, localizado na montanha de Maghreb, na Argélia. Os cristãos dedicam seu tempo prestando cuidados ao povoado muçulmano, religião majoritária no país.

O ano é 1996 e os ataques terroristas se intensificam na região. Um dos monges cita um trecho do Alcorão: “Se você mata seu irmão, você vai para inferno”. Mas para os extremistas, isso não vale nada.

Ameaçados, os monges têm como saída, a proteção militar. Christian (Lambert Wilson, de Matrix Revolutions, 2003), líder dos monges, teme a ajuda dos militares. Para ele, essa proteção vem de um governo corrupto e isso pode reverter em sofrimento ao povo do vilarejo – algo que ele não deseja de modo algum.

Dura decisão

É necessário que os monges tomem uma decisão. Eles realizam várias reuniões e votações. As opções são: partir para outro local da África, negociar com os extremistas ou permanecer no mosteiro. Se escolherem a terceira alternativa, a vida deles corre risco. Uns querem ir embora. Outros acreditam que partir significa fugir e deixar o vilarejo para os terroristas.

Vale lembrar que Homens e Deuses é baseado na história real da aflição vivida por sete monges. Com muita delicadeza, a produção também toma uma decisão: de mostrar o que acontece antes do fato amplamente noticiadado – o sequestro dos monges por extremistas

'Homens e Deuses' tem pré-estreia em São Paulo

Filme conta história de comunidade de monges Trapistas

SÃO PAULO, sexta-feira, 15 de abril de 2011 - Com a sala do Reserva Cultural lotada, aconteceu nessa terça-feira (12), em São Paulo, a pré-estréia do filme "Homens e Deuses", do diretor Xavier Beauvois. O longa, vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes, conta a história real da comunidade de monges Trapistas Franceses assinados em Thibirine, na Argélia, no ano de 1996. 
Na ocasião, o diretor da distribuidora Imovision - Jean Thomas Bernardini, e Laure Bacque - diretora do Reserva Cultural, agradeceram o apoio da CNBB, na pessoa de Dom Orani João Tempesta - presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura, Educação e Comunicação Social; da Arquidiocese de São Paulo, entre outros.
O monge trapista Bernardo Bonowitz, da abadia Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo do Tenente (Paraná), prestigiou o evento juntamente com Dom Luis Alberto, da Abadia Nossa Senhora de Hardehausen, em Itatinga (São Paulo), e Dom Matthias Tolentino Braga, do Mosteiro de São Bento de São Paulo.
Pouco antes da exibição, Dom Bernardo conversou com a platéia e contou um pouco da história desta Ordem Religiosa a que ele também pertence, e da trajetória daquela comunidade que tinha profundo respeito com o povo daquele vilarejo.
Mostrando-se muito satisfeito com a obra cinematográfica, ele disse que “assistir à adaptação para o cinema e a história desses monges, que tinham apenas Jesus e o Evangelho no meio deles, é uma grande aventura espiritual e humana. Com certeza  o filme será uma mensagem de paz entre cristãos e muçulmanos".
A estréia do filme acontece hoje (15), nos cinemas  brasileiros. Em São Paulo, ocorrem sessões nos cinemas: Cine Livraria Cultura; Reserva Cultural; Espaço Unibanco - Augusta; Cine Lumière e Espaço Unibanco - Shopping Bourbon. 

Treiler oficial do filme:





quinta-feira, 7 de abril de 2011

Catequese do Papa: Teresa do Menino Jesus e a ciência do amor

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 6 de abril de 2011 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral.
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Queridos irmãos e irmãs:
Hoje eu gostaria de vos falar de Santa Teresa de Lisieux, Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, que viveu neste mundo apenas 24 anos, no final do século XIX, levando uma vida simples e oculta, mas que depois de sua morte e da publicação dos seus escritos, tornou-se uma das santas mais conhecidas e amadas. A "pequena Teresa" não deixou de ajudar as almas mais simples, os pequenos, os pobre, os que sofrem e os que rezam a ela, mas também iluminou toda a Igreja, com sua profunda doutrina espiritual, tanto assim que o Venerável João Paulo II, em 1997, quis dar-lhe o título de Doutora da Igreja, acrescentando o título de Padroeira das Missões, dado por Pio XI, em 1939. Meu querido predecessor a definiu como uma "especialista na ‘scientia amoris'" (‘Novo Millennio ineunte', 27). Esta ciência, que vê brilhar no amor toda a verdade da fé, Teresa a expressa principalmente no relato da sua vida, publicado um ano após a sua morte com o título de "História de uma alma". É um livro que foi de imediato um enorme sucesso; foi traduzido para muitas línguas e distribuído em todo o mundo. Eu gostaria de convidar-vos a redescobrir este pequeno-grande tesouro, este luminoso comentário do Evangelho plenamente vivido! "História de uma alma", de fato, é uma maravilhosa história de amor, contada com tal autenticidade, simplicidade e frescor, que o leitor não pode deixar de ficar fascinado! No entanto, qual é esse amor que preencheu a vida de Teresa, desde a infância até sua morte? Queridos amigos, este amor tem um rosto, tem um nome, é Jesus! A santa fala continuamente de Jesus. Percorramos, então, as grandes etapas de sua vida, para entrar no coração de sua doutrina.
Teresa nasceu em 2 de janeiro de 1873, em Alençon, uma cidade da Normandia, na França. Foi a última filha de Louis e Zelie Martin, esposos e pais exemplares, beatificado os dois em 19 de outubro de 2008. Eles tiveram 9 filhos, dos quais 4 morreram na infância. Restaram 5 filhas, que se tornaram todas religiosas. Teresa, aos 4 anos, foi profundamente afetada pela morte de sua mãe (Ms A, 13r). O pai, com as filhas, mudou-se então para a cidade de Lisieux, onde se desenvolveu toda a vida da santa. Mais tarde, Teresa, sofrendo uma doença nervosa grave, curou-se devido a uma graça divina, que ela definiu como "o sorriso de Nossa Senhora" (ibid., 29v-30v). Recebeu a Primeira Comunhão, vivida intensamente (ibid., 35r), e colocou Jesus Eucaristia no centro da sua existência.
A "Graça do Natal" de 1886 marcou o ponto de inflexão, o que ela chamou de "conversão completa" (ibid., 44v-45r). De fato, ela se curou totalmente de sua hipersensibilidade infantil e iniciou um "caminho de gigante". Na idade de 14 anos, Teresa aproximou-se cada vez mais, com muita fé, de Jesus Crucificado, e levou muito a sério o caso, aparentemente desesperado, de um criminoso condenado à morte e impenitente (ibid., 45v-46v). "Eu queria a todo custo evitar que ele fosse para o inferno", escreveu a santa, com a certeza de que a sua oração o teria colocado em contato com o sangue redentor de Jesus. É sua primeira e fundamental experiência da maternidade espiritual: "Tão confiante estava na infinita misericórdia de Jesus", escreveu. Com Maria Santíssima, a jovem Teresa ama, crê e espera, com "um coração de mãe" (cf. PR 6/10r).
Em novembro de 1887, Teresa vai em peregrinação a Roma, com seu pai e sua irmã Celina (ibid., 55v-67r). Para ela, o momento culminante foi a audiência do Papa Leão XIII, a quem pede permissão para entrar, com apenas 15 anos, no Carmelo de Lisieux. Um ano depois, seu desejo foi realizado: ela se torna carmelita, para "salvar almas e rezar pelos sacerdotes" (ibid., 69v). Ao mesmo tempo, começou a dolorosa e humilhante doença mental de seu pai. É um grande sofrimento que leva Teresa à contemplação do Rosto de Jesus em sua Paixão (ibid., 71rv).
Assim, seu nome religioso - Irmã Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face - expressa o programa de toda a sua vida, na comunhão com os mistérios centrais da Encarnação e da Redenção. Sua profissão religiosa, na festa da Natividade de Maria, em 8 de setembro de 1890, é para ela um verdadeiro matrimônio espiritual, na "pequenez" do Evangelho, que se caracteriza pelo símbolo da flor: "Que festa bonita a Natividade de Maria para me tornar a esposa de Jesus!", escreve. Era a pequena Virgem Santa de um dia que apresentava sua pequena flor ao Menino Jesus (ibid., 77r). Para Teresa, ser religiosa significa ser esposa de Jesus e mãe das almas (cf. Ms B, 2v). No mesmo dia, a santa escreveu uma frase que mostra a orientação da sua vida: pede a Jesus o dom do seu amor infinito, de ser a menor e, especialmente, pede a salvação de todos os homens: "Que nenhuma alma se condene hoje" (Pr 2). De grande importância é a seu Ato de Oferta ao Amor Misericordioso, feito na Festa da Santíssima Trindade em 1985 (Ms A, 83v-84r; Pr 6): uma oferta que Teresa partilhou com suas irmãs, sendo já auxiliar da mestra de noviças.
Dez anos após a "Graça do Natal", em 1896, chega a "Graça da Páscoa", que abre o último período da vida de Teresa, com o início da sua paixão profundamente unida à Paixão de Jesus; trata-se da Paixão do corpo, com a doença que a levou à morte através de grandes sofrimentos, mas acima de tudo se trata da paixão da alma, com uma muito dolorosa prova de fé (Ms C, 4v-7v). Com Maria, junto à cruz de Jesus, Teresa vive agora a fé mais heroica, como luz nas trevas que invadem a sua alma. A carmelita tem a consciência de viver esta grande prova para a salvação de todos os ateus do mundo moderno, chamados por ela de "irmãos". Ela viveu, então, mais intensamente o amor fraterno (8r-33v): com as irmãs de sua comunidade, com seus irmãos espirituais missionários, com os sacerdotes e com todos os homens, especialmente aqueles mais distantes. Ela se torna uma "irmã universal"! Sua caridade amável e sorridente é a expressão da profunda alegria cujo segredo ela nos revela: "Jesus, minha alegria é amar-te" (P 45/7). Neste contexto de sofrimento, vivendo o maior amor nas menores coisas da vida cotidiana, a santa leva a pleno cumprimento a sua vocação de ser o amor no Coração da Igreja (cf. Ms B, 3v).
Teresa morreu na noite de 30 de setembro de 1897, dizendo as palavras simples: "Meu Deus, eu te amo!", olhando para o crucifixo, que apertava com as mãos. Estas últimas palavras da santa são a chave de todos os seus ensinamentos, da sua interpretação do Evangelho. O ato de amor, expresso em seu último suspiro, era como a respiração contínua da sua alma, como o bater do seu coração. As simples palavras "Jesus, eu te amo" são o centro de todos os seus escritos. O ato de amor a Jesus a introduz na Santíssima Trindade. Ela escreveu: "Ah, tu sabes, divino Jesus, eu te amo,/ o espírito de Amor inflama-me com seu fogo /e, amando-te, eu atraio o Pai" (P 17/2).
Queridos amigos, também nós, com Santa Teresinha do Menino Jesus, podemos repetir cada dia ao Senhor, que queremos viver de amor a Ele e aos outros, aprender na escola do santos a amar de maneira autêntica e total. Teresa é um dos "pequenos" do Evangelho, que são guiados por Deus nas profundezas do seu mistério. Uma guia para todos, especialmente para os que, no povo de Deus, desenvolvem o ministério de teólogos. Com a humildade e a fé, caridade e esperança, Teresa entra continuamente no coração das Sagradas Escrituras, que contêm o mistério de Cristo. E essa leitura da Bíblia, alimentada pela ciência do amor, não se opõe à ciência acadêmica. A ciência dos santos, de fato, da qual ela fala na última página de "História de uma alma", é a ciência mais alta: "Todos os santos a entenderam; em particular, talvez, aqueles que encheram o universo com a irradiação do ensinamento do Evangelho. Não será, talvez, por meio da oração, que os santos Paulo, Agostinho, João da Cruz, Tomás de Aquino, Francisco, Domingos e muitos outros ilustres amigos de Deus obtiveram essa ciência divina que encanta os maiores gênios?" (Ms C, 36r). Inseparável do Evangelho, a Eucaristia é, para Teresa, o sacramento do Amor Divino que desce até o extremo para elevar-nos até Ele. Em sua última carta, a santa escreveu estas simples palavras sobre a imagem que representa o Jesus Menino na Hóstia consagrada: "Não posso temer um Deus que por mim tornou-se tão pequeno! (...) Eu o amo! De fato, Ele é só Amor e Misericórdia!" (LT 266).
No Evangelho, Teresa descobre sobretudo a misericórdia de Jesus, a ponto de dizer: "Ele me deu sua misericórdia infinita; através dela contemplo e adoro a demais perfeições divinas! (...) E então todas me parecem radiantes de amor; a própria justiça (e talvez mais do que qualquer outra), parece-me revestida de amor" (Ms A, 84r). Assim se expressa também nas últimas linhas da "História de uma alma": "Basta folhear o Santo Evangelho e imediatamente respiro o perfume da vida de Jesus e sei para onde correr... Não é ao primeiro lugar, mas ao último que me dirijo... Sim, eu o sinto; inclusive se tivesse sobre a consciência todos os pecados que se podem cometer, iria com o coração partido de arrependimento lançar-me nos braços de Jesus, porque sei o quanto Ele ama o filho pródigo que retorna a Ele" (Ms C, 36v-37r). "Confiança e amor" são, portanto, o ponto final do relato da sua vida, duas palavras que, como faróis, iluminaram todo o seu caminho de santidade, para poder guiar no seu próprio "pequeno caminho de confiança e amor", da infância espiritual (cf. Ms C, 2v-3r; LT 226). Confiança como a da criança que se abandona nas mãos de Deus, inseparável pelo compromisso forte, radical do verdadeiro amor, que é o dom total de si mesmo, para sempre, como diz a santa, contemplando Maria: "Amar é dar tudo, é dar a si mesmo" (P 54/22). Assim, Teresa indica a todos nós que a vida cristã consiste em viver em plenitude a graça do Batismo, no dom total de si ao amor do Pai, para viver como Cristo, no fogo do Espírito Santo, o seu próprio amor aos outros.
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
Queridos irmãos e irmãs:

Padroeira das missões e doutora da Igreja, Santa Teresa de Lisieux, apesar da sua vida breve, que terminou em 1897, tornou-se uma das santas mais conhecidas e amadas. Um ano após a sua morte, foi publicada a sua obra autobiográfica, "História de uma alma". Trata-se de uma maravilhosa história de amor que encheu toda a vida Teresa; este amor tem um rosto e um Nome: é Jesus. Recebida a autorização papal, pôde, aos dezesseis anos, entrar no Carmelo de Lisieux, assumindo o nome de Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face. Era movida pelo desejo de salvar almas e rezar pelos sacerdotes. Um ano antes da sua morte, iniciou a sua paixão pessoal que viveu em profunda união com a Paixão de Cristo. Tratou-se de uma paixão do corpo, com a doença que acabaria por levá-la à morte, mas, sobretudo, tratou-se de uma paixão na alma com uma dolorosa prova da fé, a qual ofereceu pela salvação de todos os ateus do mundo. Neste contexto de sofrimento, vivendo o maior amor nas pequenas coisas da vida diária, Teresa realizou a sua vocação de ser o Amor no coração da Igreja. De fato, as palavras "Jesus, eu Vos amo" estão no centro de todos os seus escritos, nos quais ressalta o "pequeno caminho de confiança e amor" que ela percorreu e procurou inculcar aos demais.
Queridos peregrinos lusófonos, a todos saúdo e dou as boas-vindas, particularmente, aos portugueses vindos de Espinho e aos brasileiros de Divinópolis. Possa essa peregrinação reforçar o vosso zelo apostólico para fazerdes crescer o amor a Jesus Cristo na própria casa e na sociedade! Que Deus vos abençoe!

[Tradução: Aline Banchieri.
© Libreria Editrice Vaticana]

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Como os Carmelitas vivem???

A melhor resposta para essa pergunta é apresentado a Regra do Carmo. Essa foi redigida por Santo Alberto, partindo de como os carmelitas viviam ainda no Monte Carmelo.
E a todos os querem ser carmelitas e essa regra que nos é proposta sejam os freis, monjas ou leigos, ou seja é assim que todo carmelita deve viver:
Vamos a cada dia colocar um parágrafo da regra:


           Regra do Carmo
1 Alberto, chamado pela graça de Deus a ser Patriarca da Igreja de Jerusalém, aos amados filhos em Cristo B. e demais eremitas que vivem sob a sua obediência perto da Fonte, no Monte Carmelo, saudações no Senhor e a benção do Espírito Santo.
2 Muitas vezes e de diversas maneiras os Santos Padres estabeleceram como cada um - qualquer que seja o estado de vida a que pertença ou a forma de vida que tenha escolhido - deve viver no obséquio de Jesus Cristo e servi-lo fielmente com coração puro e reta consciência .
3 Mas, uma vez que nos pedis que vos demos uma fórmula de vida de acordo com o vosso projeto comum e à qual deveis permanecer fiéis no futuro:
4 Estabelecemos, primeiramente, que tenhais um de vós como Prior, que seja eleito para esta tarefa com o consenso unânime de todos ou, ao menos, da parte mais numerosa e madura. A ele prometerão obediência todos os demais e se preocuparão em manter esta promessa com suas obras, juntamente como a castidade e a renúncia à propriedade.
5 Podeis fixar vossos lugares de morada nos ermos ou onde vos oferecerem lugares adequados e convenientes ao vosso modo de vida religiosa, conforme parecer oportuno ao Prior e aos Irmãos.
6 Além disso, levada em conta a situação do lugar em que tenhais decidido estabelecer-vos, cada um de vós tenha sua própria cela separada, conforme a designação do Prior, com a anuência dos outros Irmãos ou da parte mais madura.