sábado, 16 de abril de 2011

Comentarios da imprensa sobre o filme "Homens e Deuses"



Jornal do Brasil:

Crítica | Homens e deuses | Relato de um massacre
Myrna Silveira Brandão
Embora com forte cunho político, Homens e deuses, de Xavier Beauvois, guarda seu foco mais agudo para um drama humano. A história é inspirada no massacre de monges católicos em Tibhirine, na Argélia, em 1996, supostamente por terroristas islâmicos, recriando o que teriam sido os últimos meses de vida dos religiosos, que prestavam socorro espiritual e médico à comunidade que existia em torno de um mosteiro. 
Protagonizado por Lambert Wilson e Michael Lonsdale, o filme detalha o cotidiano dos monges e o sentimento de angústia crescente que vai tomando conta dos religiosos à medida que os extremistas e o exército argelino se enfrentam. 
Alguns monges querem abandonar o monastério, mas o Prior Christian de Chergé – que foi um dos mártires do massacre – pede que eles reflitam, destacando a importância de que a decisão seja coletiva. Uma cena extraordinária, com a câmera fechada no rosto de velhos atores, faz uma alusão ao quadro A última ceia, ao som de O lago dos cisnes, de Tchaikovsky

Folha:
“Homens e Deuses”: discute política e religião em país árabe
Longa-metragem premiado no Festival de Cannes
Tatianna Babadobulos
Em primeiro lugar na bilheteria mundial, a animação “Rio”, que estreou na semana passada, tomou conta das salas de cinema do país. Ao todo, foram mil cópias. Já sabendo do efeito que o longa-metragem do brasileiro Carlos Saldanha teria (mais de 1,1 milhão de pessoas assistiram ao filme no cinema nos três primeiros dias), foram apenas quatro estreias no dia 8.
Nesta sexta-feira, 15, o quadro não muda muito. Serão cinco estreias ao todo: o nacional “Amor?”, o documentário francês “Bebês”, a ficção científica “Eu Sou o Número Quatro”, o terror “Pânico 4” e o aguardado “Ho­mens e Deuses”, produção francesa, vencedora do Grand Prix do Festival de Cannes, no ano passado. O mesmo festival, aliás, que premiou “O Profeta”, em 2009, e “Gomorra”, em 2008.
A trama de “Homens e Deu­ses” (“Des Hommes et des Dieux”), que tem direção de Xavier Beauvois e roteiro a quatro mãos escrito juntamente Etienne Comar, é baseada na história real dos monges franceses que faziam trabalho missionário na Argélia, país árabe e ex-colônia da França.
Em uma época na qual a igre­ja pouca influência tem sobre as pessoas, principalmente longe dos domínios do cristia­nismo, o longa-metragem discute problema político que se passa no final dos anos 1990 e usa os diálogos para mostrar o que acontece por ali. Nas imagens, as matanças são momentos bastante duros.
Mesmo que tenham poucas influências no mundo atual, os monges fazem visitas em toda a comunidade onde atuam e também prestam serviços médicos. E, para combater o mal, rezam e cantam. A música dos monges, aliás, é a única que compõe a trilha sonora da fita que tem duração de 122 minutos. Talvez isso possa ser um pouco can­sativo para quem está acostumado com os filmes barulhentos exibidos no cinema, principalmente de produção norte-americana.
“Homens e Deuses” é intimista no olhar do diretor e na medida que insere o espectador na trama, mas também mostra os sequestros e os assassinatos, além do confronto entre o go­verno e os extremistas que queriam tomar o poder.
Liderados por Christian (Lambert Wilson), os monges Luc (Michael Lonsdale), Chris­tophe (Olivier Rabourdin), Celéstin (Philippe Laudenbach), Amédée (Jacques Herlin), Jean-Pierre (Loïc Pichon), Paul (Jean-Marie Frin ), Bruno (Olivier Perrier) e Michel (Xavier Maly) decidem, em meio ao conflito, se voltam para a França ou conti­nuam prestando o serviço ao qual se propuseram, mesmo sabendo que são alvo dos terro­ristas, principalmente por aqueles que invadem o mosteiro a fim de roubar remédio.
“Homens e Deuses” mostra a mistura de fatos e atos praticados pelos homens que são contra as leis de Deus mas, ao mesmo tempo, o que podem os monges fazer senão cuidar da comunidade onde vivem e enfrentar o mal?
Ao final, o destino de cada um deles é revelado. Triste demais, mas um belíssimo filme, capaz de fazer o espectador refletir e situá-lo nos dias atuais. Que dias!
BR Press:
No drama Homens e Deuses (Des Hommes et des Dieux, França, 2010),  que estreia em SP e Rio nesta sexta (15/04) sete monges franceses vivem num mosteiro, localizado na montanha de Maghreb, na Argélia. Os cristãos dedicam seu tempo prestando cuidados ao povoado muçulmano, religião majoritária no país.

O ano é 1996 e os ataques terroristas se intensificam na região. Um dos monges cita um trecho do Alcorão: “Se você mata seu irmão, você vai para inferno”. Mas para os extremistas, isso não vale nada.

Ameaçados, os monges têm como saída, a proteção militar. Christian (Lambert Wilson, de Matrix Revolutions, 2003), líder dos monges, teme a ajuda dos militares. Para ele, essa proteção vem de um governo corrupto e isso pode reverter em sofrimento ao povo do vilarejo – algo que ele não deseja de modo algum.

Dura decisão

É necessário que os monges tomem uma decisão. Eles realizam várias reuniões e votações. As opções são: partir para outro local da África, negociar com os extremistas ou permanecer no mosteiro. Se escolherem a terceira alternativa, a vida deles corre risco. Uns querem ir embora. Outros acreditam que partir significa fugir e deixar o vilarejo para os terroristas.

Vale lembrar que Homens e Deuses é baseado na história real da aflição vivida por sete monges. Com muita delicadeza, a produção também toma uma decisão: de mostrar o que acontece antes do fato amplamente noticiadado – o sequestro dos monges por extremistas

'Homens e Deuses' tem pré-estreia em São Paulo

Filme conta história de comunidade de monges Trapistas

SÃO PAULO, sexta-feira, 15 de abril de 2011 - Com a sala do Reserva Cultural lotada, aconteceu nessa terça-feira (12), em São Paulo, a pré-estréia do filme "Homens e Deuses", do diretor Xavier Beauvois. O longa, vencedor do Grande Prêmio do Júri do Festival de Cannes, conta a história real da comunidade de monges Trapistas Franceses assinados em Thibirine, na Argélia, no ano de 1996. 
Na ocasião, o diretor da distribuidora Imovision - Jean Thomas Bernardini, e Laure Bacque - diretora do Reserva Cultural, agradeceram o apoio da CNBB, na pessoa de Dom Orani João Tempesta - presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Cultura, Educação e Comunicação Social; da Arquidiocese de São Paulo, entre outros.
O monge trapista Bernardo Bonowitz, da abadia Nossa Senhora do Novo Mundo, em Campo do Tenente (Paraná), prestigiou o evento juntamente com Dom Luis Alberto, da Abadia Nossa Senhora de Hardehausen, em Itatinga (São Paulo), e Dom Matthias Tolentino Braga, do Mosteiro de São Bento de São Paulo.
Pouco antes da exibição, Dom Bernardo conversou com a platéia e contou um pouco da história desta Ordem Religiosa a que ele também pertence, e da trajetória daquela comunidade que tinha profundo respeito com o povo daquele vilarejo.
Mostrando-se muito satisfeito com a obra cinematográfica, ele disse que “assistir à adaptação para o cinema e a história desses monges, que tinham apenas Jesus e o Evangelho no meio deles, é uma grande aventura espiritual e humana. Com certeza  o filme será uma mensagem de paz entre cristãos e muçulmanos".
A estréia do filme acontece hoje (15), nos cinemas  brasileiros. Em São Paulo, ocorrem sessões nos cinemas: Cine Livraria Cultura; Reserva Cultural; Espaço Unibanco - Augusta; Cine Lumière e Espaço Unibanco - Shopping Bourbon. 

Treiler oficial do filme:





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